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Novas usinas no Tapajós ainda têm obstáculos

30 de novembro de 2017 - fonte

Detentor de uma das cinco maiores disponibilidades de geração hídrica do mundo, com cerca de 10% dos recursos existentes no planeta, o Brasil possui cerca de 70% desse potencial na região Norte, com destaque para o Estado do Pará, cuja território ainda é coberto em mais de 50% por área florestal preservada.

Dois dos maiores projetos no segmento estão na reta final: a Usina de São Manoel, na fronteira com Mato Grosso, licitada em 2013, está iniciando sua operação comercial neste segundo semestre, enquanto a Hidrelétrica de Belo Monte, na região de Altamira, deve concluir o acionamento das turbinas até o primeiro semestre de 2020. Já o principal rio de aproveitamento futuro, o Tapajós, na região de Santarém, tem no turismo uma das suas principais atividades econômicas, o que traz outro obstáculo para que o projeto das duas maiores hidrelétricas que poderão ser construídas no Brasil saia do papel.

Os dois maiores projetos hidrelétricos do Brasil, ambos no rio Tapajós, são a Usina de São Luiz, com 8 mil megawatts de potência e investimentos estimados em R$ 26 bilhões, e a de Jatobá, com 2,3 mil MW de capacidade instalada e um aporte previsto de R$ 10 bilhões.

No Plano Decenal de 2026, publicado recentemente, o governo aponta que a obra não deverá sair até o horizonte da publicação, mas não descarta que seja retomada e que os estudos de linhas de transmissão para escoar a energia do empreendimento devam ser aprofundados. A decisão sobre o empreendimento deverá ser tomada pelo próximo presidente da República. “O assunto deverá ficar para o próximo governo devido à sua grande sensibilidade”, diz uma fonte do governo federal.

A questão indígena é o principal obstáculo. Em 2016, o Ibama pediu o arquivamento da licença ambiental da Hidrelétrica de São Luiz do Tapajós, motivado por razões legais – a usina alagaria o território indígena Munduruku e obrigaria a remoção de aldeias, o que é proibido pela Constituição. Na região do rio Tapajós, a população local elegeu o turismo e a gastronomia como as principais cadeias a serem desenvolvidas.

Alter do Chão tem atraído milhares de turistas principalmente no período de seca, quando as praias não ficam inundadas.

O impacto da usina sobre o turismo é incerto. “Essa é uma questão que não está respondida, as hidrelétricas na Amazônia trazem muitos impactos, enquanto não criam incentivos para a energia solar, que é a principal tendência no mundo e teria muito espaço com a geração distribuída”, diz Danicley de Aguiar, especialista na região do Greenpeace.

O governo local reconhece o problema. “O turismo é a vocação natural da região e a usina tem impacto sobre isso”, destaca o secretário de Desenvolvimento Econômico, Adnan Demarchi.

Na região de Altamira, a Usina de Belo Monte opera comercialmente desde abril de 2016 e já está com 12 turbinas em operação, com a décima terceira em testes liberados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) desde 30 de outubro.

Com a autorização da décima terceira turbina, Belo Monte se consolida como uma das três maiores geradoras de energia do Brasil, com 4,5 mil MW, ultrapassando a capacidade de outras grandes hidrelétricas, como Jirau (RO), cuja produção máxima chega a 3,7 mil MW.

Quando estiver funcionando na sua potência total, Belo Monte terá 11.233,1 MW em capacidade instalada, dos quais 11 mil MW serão produzidos na Casa de Força Principal e 233,1 MW, na Casa de Força Complementar, já concluída, em Pimental, onde o rio Xingu foi barrado. O complexo hidrelétrico opera comercialmente com 13 das 24 turbinas projetadas, sendo sete no Sítio Belo Monte e seis em Pimental, que opera com turbinas tipo Bulbo.

Também estão em andamento os projetos de escoamento da energia produzida no Xingu para o Sudeste, principal centro consumidor do país, com investimentos de cerca de R$ 10 bilhões.

A linha de transmissão de Xingu e Estreito, com pouco mais de dois mil quilômetros e capacidade para transmitir 4 mil megawatts de energia, que interligará o Pará a Minas Gerais, poderá ficar pronta no fim ano. Também projeto da chinesa State Grid, está em construção uma segunda linha que interligará o Pará ao Estado do Rio de Janeiro, com 2,5 mil quilômetros de extensão, a interligação está prevista para entrar em operação em dezembro de 2019. É a maior linha em extensão de ultra tensão no mundo. Segundo acompanhamento da Agência Nacional de Energia Elétrica, o projeto está com o cronograma em dia.

Fonte: Valor Econômico

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